"E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra."
Fragmento do conto Felicidade Clandestina de Clarice Lispector.
Como todos os demais da autora, esse conto em mim despertou certa inquietude. É como se ali, naquele pequeno parágrafo, Clarice tenha sintetizado tudo aquilo que sempre senti mas nunca expressei, ninguém me entenderia mesmo...
Há quem sofra por sofrer muito, há quem sofra por se sentir culpado por não sofrer, há quem sofra para não fazer sofrer aquele o fez sofrer, e há quem simplesmente não sofra.
Fragmento do conto Felicidade Clandestina de Clarice Lispector.
Como todos os demais da autora, esse conto em mim despertou certa inquietude. É como se ali, naquele pequeno parágrafo, Clarice tenha sintetizado tudo aquilo que sempre senti mas nunca expressei, ninguém me entenderia mesmo...
Há quem sofra por sofrer muito, há quem sofra por se sentir culpado por não sofrer, há quem sofra para não fazer sofrer aquele o fez sofrer, e há quem simplesmente não sofra.
E há quem sofra simplesmente por ter feito alguém sofrer.
ResponderExcluirEscrevi o email mas não tinha lido seu post. Os vários "sofrer" do email não é uma resposta, não, ok?